Assessor Jurídico da Seed envolve Adauto Bittencourt em esquema de "mensalão" com recursos de empresas de terceirização de mão de obra
Karen Cardoso
"O problema é esse, o problema é a gente falar e o governador ser bandido também. Esse que é o problema, pô", declara o assessor jurídico da Secretária estadual de Educação, Jean Carlo Albuquerque Brazão. Esse é um trecho da conversa gravada em DVD do assessor com o dono da empresa LMS LTDA, Luciano Marba e com o agente penitenciário, Marco Antonio Souza. Editadas em vários pontos as declarações revelam a existência de um esquema de corrupção na SEED. Essa gravação foi encaminhada ao presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, o deputado Moisés Souza que deu publicidade ao DVD.
O conteúdo do DVD transcrito no site "Notícias Daqui" de Luciana Capiberibe foi lido pelo deputado Camilo Capiberibe durante o grande expediente da sessão da ultima segunda-feira (4). O parlamentar pediu que se instaurasse uma CPI para investigar todos os envolvidos, principalmente o Secretário estadual de Educação Adauto Bitterncourt, considerado pelos três participantes da conversa, o principal envolvido no esquema.
Em outro momento o assessor confessa ter recebido dinheiro do empresário preso por corrupção, Carlos Montenegro. "Recebi uma vez só (...), depois não deu mais coisa nenhuma pra mim, eu sou o único que nunca recebi mensal". Isso fez com que os deputados entendessem que existe um esquema em andamento, o qual, outros envolvidos estão recebendo dinheiro todo mês.
O deputado Camilo, indignado, perguntou se o secretário Adauto foi exonerado do cargo. E entendeu que quem tem o poder, não pode exonerá-lo por algum motivo que está implícito e que deve ser apurado durante a CPI que ele faz questão de lutar para que aconteça.
Segundo o deputado Moisés Souza, a secretaria está sendo investigada desde que ele assumiu a presidência da Comissão de Educação e é a favor da CPI, para que os envolvidos possam prestar esclarecimentos sobre o dinheiro que pode ter sido desviado para bolsos particulares.
O deputado Jorge Salomão em seu parecer durante a discussão na sessão, afirmou que a gravação não tem tanta validade por causa de sua edição. "É preciso ter a gravação na integra. Não sabemos se o secretario Adauto tem mesmo algo a ver com esse tipo de esquema, é preciso dar espaço para que possa haver esclarecimentos. É preciso agir com cautela", completa.
"Cautela? A acusação não veio da oposição e sim do assessor jurídico do próprio secretário. Então não é preciso cautela, e sim pulso firme para de uma vez instaurar uma CPI nessa Casa de Leis", retruca o deputado Ruy Smith. Afirmando ainda que não é preciso temer a oposição, pois são apenas dois contra vinte dois da base do governo.
"Enquanto o Amapá é considerado um dos cinco piores estados em educação no ensino médio do país, registrado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o secretário e seus aliados são suspeitos de desviar as verbas necessárias para melhorar a educação. É preciso investigar e punir os responsáveis e a Assembléia não pode deixar de instalar a CPI pois caso contrario ela estará optando pela irrelevância e pela desmoralização", finaliza o deputado Camilo Capiberibe.
ASSESSORIA DE IMPRENSA DEPUTADO CAMILO CAPIBERIBE
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