TRIÂNGULO MUSIC!!! (06/11)

Karen Cardoso

“Corre Ana. Corre Ana, que o show do Marcelo D2 já está rolando”. Era um desespero de se “rachar de rir”. A professora Ana que mora perto do Estádio do Parque do Sabiá deu carona para minha colega Camila, minha professora Claudia (mas vamos encará-la como amiga, pois a primeira coisa que se pensa quando fala Professora é que ela usa um jaleco e é antiga, por tanto deveria estar em casa e não em um festival de música) e para mim. O rádio ligado, e tocando “Deixa, deixa, eu dizer o que penso dessa vida, preciso demais desabafar”, exatamente a ultima musica do show de D2. Pronto, paguei R$22,00 e já perdi um show, mesmo assim ainda não queria matar a Claudia, que foi o motivo da nossa perda, afinal amigo é amigo e fdp é fdp...

Ufaaa!!! Chegamos a tempo de acompanhar os outros concertos. Na porta do estádio, pessoas vendendo ingressos a R$5,00 a arquibancada, era de morrer de raiva né? Mas eu já estava com o meu e nada iria acabar com a minha alegria. Entramos ao som de “I gotta feelin'. That tonight's gonna be a good night”, a trilha perfeita, para uma noite que prometia. A pista estava relativamente lotada e ao comparar com a arquibancada deu até descrença. No nosso setor (para dar uma floreada em “arquibancada”) as pessoas estavam sentadas. Tinha um casal que parecia que tinham olhado um para o outro e dito “Não temos nada para fazer, então vamos para o Triângulo Music?” Eles não eram os únicos, a maioria dos “arquibanquenses” estavam assim. Mas não as três Cacás.

“Quanto vale o show? Quanto vale o amor? Quanto vale não fazer das tripas coração?”, O Jota Quest já começou assim, falando do assunto que mais me dói, La Plata. Eu estava animada no show, porém essa banda eu já tinha assistido esse ano, então me fez ter algumas lembranças, nada que me abalasse, afinal o melhor show ainda estava por vir, e eu estava contando os minutos. No meio da agitação da banda mineira, eis que surge um dedo apontado em nossa direção e lá de baixo, lá do fim da arquibancada vem um cinegrafista e um repórter animadinho da CTBC. É claro que eles iriam entrevistar aquelas doidas que pulavam sozinhas na arquibancada no meio dos mortos. Entrevistadas, fato!

Intervalo, uma pausa pra água (tomei 1,5l e mais uma latinha de Skol – patrocinadora oficial do evento – pronto fiz o merchandising). A burguesia que tava de pista se juntou aos bons (Fernanda, Diego, Paulo Victor, Raphael e Reginaldo – a Talita só deu uma passada). Pose para as fotos. “Essa vai para o Orkut”. Acabou a dispersão. Começa a melhor banda: Biquíni Cavadão (ó até rimou). Por umas três músicas encontrei um tão doido quanto eu, o Diego pirou em Astronauta de Mármore e em Daniela (alias, quem é Daniela hein Fernanda?). Depois sentou. Fracos.

Não tem como não se empolgar, a energia do Bruno é contagiante. E como em 2007, não dará outra, Biquini será o melhor show do Triangulo. Eu não paro. Eu não dou conta de parar. “Escute o que diz seu coração. Não fique em casa nesta sexta feira. Tome café com muita Coca-Cola. Não tenha medo de cair nesta farra.” Ele desceu do palco, a galera foi a loucura e de cima de uma estrutura no meio do estadio ele cantou Zé Ninguém. E eu? Morri de inveja na arquibancada e mais roxa fiquei quando o Bruno pegou uma pessoa do publico para cantar No mundo da Lua (como ele faz em todo show do BC). Faltou a chuva para selar o fim do concerto com Chove, Chuva. Terminou. Mais um, mais um, mais um. Nada, ficamos só no gostinho quando o Bruno apareceu com luzes e o som continuou a tocar.

Pausa para mais uma água. Mc Sapão. A gente fica ou vai embora? Vamos ver qual é a dele. E o batidão começa. “Eu to tranquilão, to numa boa, to curtindo um batidão”. Nem a Claudia consegue ficar sentada. Funk sim, mas uma variedade incrível que foi desde Tim Maia a Michael Jackson. Quem foi embora (por puro pré-conceito), perdeu. Cansadas, não ficamos até o final, com certeza, perdemos também. O fato é que a noite foi incrivel e valeu cada pulo, suor e grito. Aliás, estou rouca, mas quem se importa com a voz???

Por fim: Mãe, você morreu de inveja que eu sei!