Ufa to na UFU!

Karen Cardoso

Quando pisei pela primeira vez no campus da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) no Santa Mônica, senti que flutuava. Pensei “Pronto! Eu estou aqui, eu consegui”. Era um misto de emoções que povoavam o meu corpo, como se aquele lugar fosse um templo, uma mesquita, um lugar completamente sagrado. Depois de tanto esforço, é uma federal e eu estava lá.

Aquelas paredes com cor sem graça, muros pichados, cadeiras quase despencando, tudo que eu havia sonhado estava ali. Fascinava-me as salas em formato de anfiteatro e professores dando aula pra turmas lotadas.

A cada passo eu respirava fundo e sorria para mim mesma como se me parabenizasse por esse feito. Vislumbrava-me cada sala, cada bloco. E a biblioteca? Meu Deus que biblioteca formidável. Naquele momento, em meus olhos, ela era minha e eu merecia aquilo.

As pessoas passavam por mim sem notar que eu era nova naquele mundo, sem perceber o quão boba minha cara deveria estar, entretanto se notassem eu nem ligaria. Eu estava ali e isso era o que importava. Eu estava na UFU. Uma federal.

Olhei para os lados à procura da sala que eu deveria ir, não pedi ajuda, pois não tinha pressa, queria degustar cada segundo que eu caminhava lentamente por aqueles corredores. Sala 104, bloco B. Encontrei.

A aula estava em andamento e logo me veio ao pensamento: “Pronto! Eu realmente estou aqui, eu realmente consegui. (...) Agora é só entregar esse documento para minha prima e ir embora correndo que a minha aula na Unitri já está pra começar”