Almoço nosso de cada dia!

Por Karen Cardoso

“Comer, comer, é o melhor para poder crescer”. Desde pequena escuto minha mãe cantando essa musiquinha, para eu poder comer e ainda completava com um sonoro: “A hora do almoço é sagrada”. Com isso cresci com a ideia de que ter um momento agradável durante a minha degustação por volta das 12h é lei. Entretanto com o trabalho acumulado, os estresses do dia a dia, o meu horário de almoço se tornou corrido e pouco proveitoso. Comer Mc Donald se transformou em hábito, nada saudável eu admito, mas é rápido (aliás é um único Fast Food aqui de Uberlândia que é realmente FAST, o resto demora viu?!).

Tentando quebrar essa rotina, eu, sempre acompanhada de minha fiel escudeira, a jornalista Layla Tavares, começamos a freqüentar um restaurante que fica pertinho do meu trabalho, o Barroco!. Essa escolha se deu, inicialmente, pela localidade e também pelo preço. Aos poucos fomos conhecendo a comida, que vamos combinar é algo delicioso, bem caseira e diversificada, algumas vezes até complementada com aquele pudim de leite condensado na sobremesa.

Entretanto o que realmente nos fidelizou não foi a boa comida, a localização e o preço acessível, mas a maneira como o dono do restaurante trata os freqüentadores. Sempre de bom humor, Marcos pergunta o nome de todos e nos faz sentir que estamos em casa, e assim retomo a minha ideia de infância de que a hora do almoço é sagrada.

Hoje almocei sozinha, mas é como se tivesse a companhia de um velho amigo, Marcos conversou comigo enquanto atendia outros clientes e brincava com Dona Maria, uma senhora idosa que ele me contou que todo dia marca ponto no Barroco. “Essa dona Maria é uma figura, fez aniversário esses dias e contou que o porteiro queria lhe dar um abraço, e ela falou que ele podia tudo, abraçar, beijar, apertar. Olha pra você ver como ela é espertinha”, contou o proprietário. E ainda virou para mim e mais uma jovem garotinha (como ele nos chamou)e disse que não era para não escutarmos aquilo, pois éramos inocentes criaturas. Eu ri por dentro né? Mas prefiro deixar assim mesmo.

Saber o nome das pessoas, conhecer os gostos, como o meu que é de tomar uma “coquinha” todos os dias, cumprimentar, desejar uma boa tarde... Tudo isso são coisas pequenas, mas que fazem bem a quem escuta. Atendimento personalizado? Quem não gosta? Eu mesmo sou fã e por isso mesmo o Barroco não sendo um restaurante de luxo, em que grandes empresários se sentariam para almoçar, e também sem a companhia da Layla, eu serei sua fiel cliente até que a morte nos separe. =P

O Barroco fica na Rua Santos Dumont ao lado do Bar Open House.