quinta-feira, 6 de maio de 2010

Assessoria de Imprensa


Norma de trânsito entra em vigor em julho e pode diminuir trauma de crianças em acidentes de trânsito

Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, SBOP, a utilização de DRI diminui em até 82% a ocorrência de lesões graves e 80% do risco de hospitalizações em acidentes de trânsito. Ortopedista pediátrico comenta a nova resolução do Contran.

por Karen Cardoso


A partir de 9 de junho, entra em vigor a nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O que era apenas uma recomendação virou obrigatoriedade. Será necessária a utilização de Dispositivos de Retenção Infantil (DRI), a famosa cadeirinha, adequados para transporte de crianças de até 10 anos de idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, SBOP, está provado que a utilização de DRI diminui em até 82% a ocorrência de lesões graves e 80% do risco de hospitalizações em acidentes de trânsito.
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), cerca de 2 mil crianças e adolescentes com idade até 17 anos morrem anualmente no Brasil em acidentes de carro e cerca de 37,8 mil sofrem lesões, as quais muitas vezes vão acompanhá-los pelo resto de suas vidas. Há alguns anos, preocupados com o número de acidentes automobilísticos envolvendo crianças, a SBOP fez uma campanha enfatizando a importância da utilização dos aparatos que protegem as crianças transportadas em veículos.
Além dos impactos emocionais e psíquicos que as seqüelas causadas pelas lesões podem trazer a uma criança, existe também o impacto econômico. “O governo chega a gastar R$ 4 milhões por ano para a reabilitação de crianças lesionadas em acidentes automobilísticos. A cadeirinha com certeza salva vidas. Já foi estudo cientifico e comprovado que o uso dela faz com que a criança tenha 50% de chance a mais de sobrevivência do que a criança que não a utiliza”, diz o ortopedista do Hospital Orthomed Center, dr. Celso Santos.
Responsável por tratar, no Hospital Orthomed Center, de vários casos de lesões infantis causadas por acidente de carro, o ortopedista concorda com a Resolução 277 que determina que crianças de até 1 ano sejam transportadas no “bebê-conforto”, uma cadeira mais deitada para que o bebê não force a coluna, e que deve ser posicionada de maneira revertida. "O bebê dever estar com a visão virada para o banco e não para a frente do carro. Já as crianças de 1 a 4 anos deverão ser transportadas em cadeirinhas e as crianças entre 4 e 7 anos e meio necessitarão de assentos de elevação, conhecidos como Booster. A partir dos 7 anos e meio até os 10 anos, as crianças somente poderão andar no banco de trás devidamente seguras com o cinto de segurança individual", informa o médico.
De acordo com as informações passadas pela Secretaria de Trânsito e Transporte (Settran), a fiscalização será rigorosa e quem descumprir a norma estará cometendo uma infração gravíssima, perdendo 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), sujeito à multa de até R$200,00 e correndo o risco do carro ser retido até a regularização da norma.
Conscientizando os filhos
Desde que a sua filha Amanda, que hoje tem 6 anos, era um bebê, a secretária da presidência da Fiemg Regional do Vale do Paranaíba, Sandra de Freitas, utiliza os dispositivos de Retenção Infantil para transportar a criança. “Minha filha é o amor da minha vida. Por isso, me importo completamente com a segurança dela. Inclusive, uma vez sofri um acidente e, graças a cadeirinha, minha filha não sofreu sequer um arranhão”, conta. Quando Amanda passou para a idade de usar a cadeirinha, deixando de lado o bebê conforto, Sandra encontrou certa resistência da filha para se adaptar ao aparato. “Tive que ir explicando para ela a importância da cadeirinha, gastando a minha psicologia de mãe. Hoje ela já entra no carro e vai para a cadeirinha, e se eu esqueço de atar o cinto de segurança, ela me chama atenção”, orgulha-se a secretária.
A oftalmopediátrica do Centro Completo de Oftalmologia, HCO, Raquel Paiva, usou para cada fase da vida de Gabriel, 9 anos, e Laura, 7 anos, o DRI recomendado. Prestes a completar 10 anos e já ter permissão de andar no banco da frente, Gabriel ainda utiliza o Booster ao andar de carro com a mãe. “Entendo que ainda é necessária a utilização dessa elevação no banco de trás do carro, até mesmo porque fica mais confortável para as crianças utilizarem o cinto de segurança. O Gabriel já estará livre dessa exigência, mas a Laura ainda continuará por um tempo. Me sinto mais segura em transportá-los dessa maneira e eles não reclamam”, diz a médica.
Tanto Sandra quanto Raquel não se importaram com o investimento feito para proteger seus filhos. “Usar a cadeirinha é uma prova de amor, não interessa se é caro ou não, o essencial é poder transportar seu filho com segurança”, enfatiza Sandra. "A prevenção é simples. Depende da consciência de cada condutor ao transportar uma criança em seu veículo. Eu quero passar para os meus filhos essa responsabilidade que tenho com eles, para que eles também tenham com seus filhos", finaliza Raquel.

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