segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nada se passou!

Então é isso? Ela nega qualquer desejo e ele finge que nada aconteceu? Formaram um par perfeito. Caras de paisagem, mas não é qualquer paisagem, é daquelas bem paradisíacas que conseguem enganar e também encantar qualquer tolo distraído. Dois errantes que sequer têm coragem de mencionar o crime. Para quê? Tudo não passou de mera ilusão de um bêbado e uma apaixonada.

São almas gêmeas até no dom de esquecer. Ou seria no dom de se fazer esquecer, mesmo quando as lembranças ainda insistem em aparecer durante o sono? O grande truque. O número principal de todo esse jogo. Seria apenas um rompante ou talvez apenas um jeito de se livrar de um incomodo?

Mas e as palavras doces? Ah sim, aquelas em que ele dizia pra ela que era simplesmente a pessoa mais incrível que ele conhecera. Ela ainda crê serem as mais verdadeiras. Não tinha porque ele mentir sobre isso, ele não estava sendo leviano, nem tão pouco sedutor. Ele estava sendo ele mesmo.

Talvez ela se antecipara em seus pensamentos. Entretanto ele já tinha uma em mente, outra em seu coração e não necessitava de mais uma entre as pernas. E ela não aceitaria tal papel. Ou aceitaria apenas para se sentir um pouco desejada? Seria humilhação demais. Não, ela não se sujeitaria.

Surgiu um bloqueio na sinceridade entre os dois. Não que eles não saibam mais como fazer, eles apenas não o querem fazer. O silêncio e a ignorância são os melhores remédios para forjarem uma amnésia alcoólica sem o álcool. Dúvidas brotam: ele estaria a imaginar que ela criou esperanças? E ela estaria a acreditar que perdeu um anjo?

Se de fato é isso, nenhum dos dois sabe, pois eles continuarão a viver suas neuras particulares, seus prazeres pessoais e sequer tocarão nesse assunto de novo. Seja vergonha, medo ou discrição. Uma noite, o calor e o eterno silêncio.

3 comentários:

Caroline Aleixo disse...

É necessário dizer mais alguma coisa? Sim!

Apesar das inseguranças e incertezas assimiladas pelos personagens... Já dizia o poeta: "Se chorei ou se sorri o importante é que emoções eu vivi..."

Lindo texto, marida! Parabéns!!!

MariCardoso :)) disse...

Que lindo Kah !
Adorei .

DJ Plinio disse...

Teu dom de escrever em terceira pessoa me intrigou e me fez pensar em fazer o mesmo... É mais fácil né ? X-)

Enfim... Tenho muita vontade de escrever o que acontece pra esses lados aqui também, mas já fiquei sabendo que ela lê sempre, então é melhor não escrever nada que me faça lamentar mais pra frente...

Resumindo, gostei do teu texto e lembre-se:

No final TUDO dá certo, se ainda não deu...

;)